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maior fabricante chinesa de veículos de duas rodas, a Yadea Technology Group, está entrando no mercado da Tailândia, acirrando a concorrência com outras empresas chinesas e japonesas.
Na nova fábrica da Yadea, localizada em um parque industrial na província de Samut Prakan, no centro da Tailândia, dezenas de trabalhadores locais foram vistos instalando peças em veículos elétricos de duas rodas na linha de montagem em julho. A unidade iniciou suas operações em maio, de acordo com um executivo da empresa.
Embora a fábrica utilize principalmente peças do exterior atualmente, os planos preveem elevar a porcentagem de peças adquiridas localmente para 70%. A fábrica deve produzir 600 mil veículos em três anos e também terá capacidade de pesquisa e desenvolvimento.
As autoridades tailandesas devem conceder oficialmente à Yadea permissão para vender os veículos já em setembro.
O primeiro lançamento será a scooter RS20, com preço de 41.900 bahts (US$ 1.300), quase 30% menor que a scooter a gasolina da Honda. Embora a velocidade máxima de 51 quilômetros por hora seja menor que a das scooters elétricas concorrentes, a autonomia é comparável, de 74 km por carga.
A Yadea também está avançando na construção de uma rede de vendas. Atualmente, está em negociações com uma empresa local para concretizar seu plano de abrir dezenas de lojas em Bangcoc e outras grandes cidades até o fim do ano.
“Os consumidores tailandeses começaram a adotar as scooters elétricas”, disse o proprietário de uma dessas lojas nos arredores de Bangcoc. “Eles substituirão seus veículos a médio prazo.”
A Yadea, fundada em 2001, vendeu cerca de 9 milhões de veículos de duas rodas em todo o mundo no ano passado e detém uma grande fatia do mercado de veículos de baixo e médio porte com preços abaixo de 5 mil yuans (US$ 700). Ao fabricar componentes essenciais como baterias e motores internamente, a empresa conseguiu aumentar sua competitividade ao construir um sistema de produção em massa de veículos para o enorme mercado interno. Registrou 19,1 bilhões de yuans em vendas no semestre de janeiro a junho, um aumento de 33% em relação ao ano anterior, enquanto o lucro líquido aumentou 60%, para 1,6 bilhão de yuans.
Tendo consolidado sua posição de liderança na China, a empresa voltou seus olhos para o exterior, entrando pela primeira vez no Vietnã em 2019. Além da construção da fábrica tailandesa, a Yadea está investindo US$ 150 milhões para aumentar a capacidade de produção na Indonésia. Também inaugurou fábricas no Brasil e no México.
Outras marcas chinesas estão construindo fábricas no exterior e aumentando as exportações, com a perspectiva de que o crescimento no mercado interno tenha se estabilizado. As exportações chinesas de veículos elétricos de duas rodas aumentaram 47% em volume em 2024, de acordo com a iResearch da China.
As empresas estão intensificando as exportações para a Ásia. Os embarques para a América do Norte, destino das exportações, caíram 1% em 2024, enquanto os embarques para a Ásia cresceram 4%. As iniciativas de países do Sudeste Asiático, como Vietnã e Filipinas, para promover o uso de scooters elétricas e no combate à poluição parecem estar impulsionando o mercado.
Akshay Prasad, especialista em veículos de duas rodas da consultoria Arthur D. Little, afirmou que a Yadea está tentando imitar o sucesso da gigante chinesa de veículos elétricos BYD no mercado tailandês.
A BYD entrou na Tailândia no segundo semestre de 2022 e se consolidou oferecendo veículos elétricos de baixo custo e alto desempenho. A Yadea adotou um modelo de produção verticalmente integrado, assim como a BYD, e é competitiva em termos de preço, disse Prasad.
Aproximadamente 1,8 milhão de veículos de duas rodas são vendidos na Tailândia todos os anos, tornando-se o terceiro maior mercado da região, depois do Vietnã e da Indonésia, de acordo com a Statista.
A Honda, que controla 77% desse mercado, está se esforçando para fortalecer seu negócio de veículos elétricos de duas rodas em vista das iniciativas da Yadea. A empresa planeja iniciar a produção local ainda este ano, com a instalação de uma linha de produção em uma fábrica no leste da Tailândia.
Embora as marcas japonesas tenham mantido grandes fatias de mercado no Sudeste Asiático, elas perderam terreno nos últimos anos para a BYD e outras empresas chinesas. Analistas preveem que o mesmo pode acontecer com os veículos de duas rodas.