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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o acirramento das tensões com os Estados Unidos do presidente Donald Trump não é culpa da participação brasileira nos Brics e que o país tem condições de enfrentar o tarifaço, ainda que alguns setores possam sair machucados desse episódio. Haddad disse ainda avaliar que o dólar manterá a reserva mundial de valor por muito tempo.
“A questão dos Brics não faz muito sentido. Penso que o dólar vai continuar sendo referência por muitos anos, a não ser que eles continuem errando, com déficit externo e outras medidas, isso é que vai enfraquecendo [o status do dólar]”, afirmou Haddad. “Agora, o que não podemos permitir é que se vá contra fazer transações em moeda local, porque isso nos beneficia. Mesmo o Pix, que eles estão incomodados. É uma tecnologia 100% nacional que pode significar a substituição de vários instrumentos que vão perder espaço, mas por um mecanismo mais inteligente e eventualmente mais barato de intermediação. Vamos impedir isso? Qual o sentido?”
Haddad defendeu ainda o plano Brasil Soberano e disse que ele tem tanto medidas paliativas quanto estruturais, como o crédito e seguro às exportações.
“Empresas pequenas, que dependem mais do seguro, têm participação muito baixa nas exportações do Brasil em comparação com outros países, onde a participação delas é muito maior”, lembrou.
Ele disse ainda que o presidente Lula tem obsessão em abrir novos mercados e lembrou que, desde o seu primeiro mandato, a participação dos EUA nas exportações brasileiras caiu de 25% para 12%.
Questionado sobre se a interferência dos EUA tem viés eleitoral, Haddad lembrou que o país tem uma das matrizes de energia mais limpa do planeta e a terceira reserva de minerais críticos no mundo.
“A pessoa que tentou comprar a Groenlândia por causa de minerais críticos pode ter aqui um governo amigo para explorar, como uma “neocolônia””, alertou.
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