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A Coreia do Sul aprovou nesta quarta-feira (27) um projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos digitais em salas de aula em todo o país, à medida que cresce a preocupação com o impacto do uso excessivo de redes sociais entre os jovens.
A proibição, que entrará em vigor em março do próximo ano, faz da Coreia do Sul o país mais recente a restringir o uso de smartphones e redes sociais entre menores de idade.
A Austrália ampliou recentemente sua pioneira proibição de redes sociais para adolescentes. Um estudo divulgado em julho mostrou que a proibição de celulares em escolas holandesas melhorou a concentração dos alunos.
Pesquisas indicam que a Coreia do Sul está entre os países mais conectados digitalmente do mundo, com 99% dos sul-coreanos online e 98% possuindo um smartphone, segundo o Pew Research Center, com sede nos EUA. A taxa é a mais alta entre os 27 países avaliados em 2022 e 2023.
A legislação que impõe a proibição recebeu apoio bipartidário na votação parlamentar desta quarta-feira.
“O vício dos nossos jovens em redes sociais está agora em um nível sério”, disse Cho Jung-hun, deputado do oposicionista Partido do Poder do Povo e patrocinador do projeto. “Nossas crianças, os olhos delas estão vermelhos todas as manhãs. Elas ficam no Instagram até 2 ou 3 da manhã”.
Cerca de 37% dos alunos do ensino fundamental II e médio dizem que as redes sociais afetam sua vida diária, enquanto 22% relatam ansiedade quando não conseguem acessar suas contas, de acordo com pesquisa do Ministério da Educação realizada no ano passado.
Muitas escolas na Coreia do Sul já tinham suas próprias restrições ao uso de smartphones, que agora foram formalizadas pela lei. Dispositivos digitais ainda serão permitidos para estudantes com deficiência ou para fins educacionais.
Alguns grupos de defesa da juventude se opuseram à proibição, alegando que ela violaria os direitos humanos das crianças.