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3 meses agoon
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Mais famílias palestinas deixaram a Cidade de Gaza nesta terça-feira (26), após uma noite de bombardeios em seus arredores, enquanto os israelenses iniciavam um dia de protestos em todo o país pedindo a libertação de reféns e o fim da guerra em Gaza.
Moradores disseram que os bombardeios aéreos e de tanques israelenses continuaram durante toda a noite e no início da terça-feira nos subúrbios de Sabra, Shejaia e Tuffah, no leste da Cidade de Gaza, bem como na cidade de Jabalia, ao norte, destruindo estradas e casas.
“Terremotos, como chamamos, querem assustar as pessoas e fazê-las sair de suas casas”, disse Ismail, 40 anos, morador da Cidade de Gaza.
O Exército israelense afirmou que suas forças estão operando na área para localizar armas e destruir túneis usados por militantes do Hamas.
Apesar dos protestos generalizados e da condenação internacional, Israel está se preparando para lançar uma nova ofensiva na Cidade de Gaza, no que descreve como o último bastião do Hamas.
Ataques israelenses no Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, na segunda-feira, mataram pelo menos 20 pessoas, incluindo jornalistas da Reuters, Associated Press, Al Jazeera e outras agências. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel lamenta profundamente o que chamou de “acidente trágico”, mas o exército israelense ainda não forneceu detalhes do incidente.
Pelo menos 34 pessoas foram mortas em ataques israelenses no enclave durante a noite e na terça-feira, informaram autoridades de saúde locais, incluindo 18 pessoas nos arredores da Cidade de Gaza.
Cerca de metade dos dois milhões de habitantes do enclave vive atualmente na Cidade de Gaza, com vários milhares já se deslocando para o oeste. Outros se aventuraram mais ao sul, até o centro de Gaza e a área costeira de Al-Muwasi, perto de Khan Younis.
Manifestantes israelenses bloquearam estradas em Tel Aviv e em outras partes do país, exibindo fotos de reféns ainda mantidos em Gaza e pedindo o fim da guerra. Um protesto planejado em frente ao quartel-general da defesa de Israel para esta terça-feira deve atrair milhares de pessoas.
“Por 690 dias, o governo vem travando uma guerra sem um objetivo claro”, disse Einav Zangauker, mãe do refém israelense Matan Zangauker, em um comunicado com outras famílias de reféns que lançaram o chamado Dia de Ruptura.
“Como os reféns, os vivos e os mortos, serão devolvidos? Quem governará Gaza no dia seguinte? Como reconstruiremos nosso país?”, disse ela.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando homens armados liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo 251 reféns.
A ofensiva militar de Israel contra o Hamas já matou pelo menos 62 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, e mergulhou o enclave em uma crise humanitária com pessoas passando fome, já que Israel bloqueia a entrada de ajuda, e deslocou internamente quase toda a sua população.