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3 meses agoon
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O pastor Silas Malafaia e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro rebateram, por meio de suas assessorias, às citações a eles nas investigações da Polícia Federal (PF), que indiciaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O líder religioso evangélico foi alvo de uma operação de busca e apreensão, enquanto a esposa do ex-presidente teve transações financeiras mencionadas em relatório da PF.
O advogado de Malafaia, Jorge Vacite Neto, chamou a ação contra o cliente de “desproporcional, injustificada e abusiva”. A operação contra o pastor ocorreu no âmbito do inquérito que investiga a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para incentivar sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, a investigação encontrou mensagens de Malafaia ao ex-presidente o orientando a adotar um discurso para condicionar a reversão do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil à negociação da anistia para os condenados pelo STF por tentativa de golpe de Estado.
Em nota, Vacite Neto afirmou que ainda não teve acesso integral ao processo e disse que as mensagens foram retiradas de contexto.
“Até o presente momento, o mais grave que temos a dizer é que a defesa encontra-se cerceada, pois não teve acesso à integralidade dos autos do inquérito, o que viola frontalmente o contraditório e a ampla defesa. As mensagens privadas citadas na investigação foram retiradas de seu contexto e não revelam qualquer conduta irregular ou interesse pessoal”, diz a nota.
O advogado continua: “Ao cobrar que o ex-presidente se posicionasse diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, o pastor apenas exerceu seu direito constitucional à liberdade de expressão, manifestando uma preocupação legítima com a economia nacional e a soberania do Brasil.”
Por fim, a defesa de Malafaia diz que “transformar opiniões legítimas em suspeitas de crime é atentado contra a democracia e liberdade religiosa”.
Já em relação à Michelle, o relatório de inteligência financeira da PF, feito com base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf), aponta que a ex-primeira-dama recebeu R$ 2,9 milhões de setembro de 2023 a agosto de 2024 e transferiu R$ 3,3 milhões. Essa informação motivou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a apresentar representação criminal no Supremo contra Michelle, Bolsonaro e os filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, por indícios de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude processual.
Na nota da assessoria da ex-primeira-dama, ela repudiou o que chamou de “tentativa infame de assassinato de reputação” e afirmou que não está preocupada com a investigação.
“Michelle Bolsonaro nada deve e, portanto, não teme e não está preocupada com qualquer tipo de investigação, em especial, em relação à origem e destinação dos valores movimentados em sua conta pois eles têm origem totalmente lícita, provêm de suas atividades profissionais e empresariais e compõem o patrimônio da sua família, composta por seu marido e suas filhas”, diz o comunicado, que afirma que o dinheiro é “lícito e fruto de trabalho”.
“Para Michelle – e, certamente, para todas as pessoas de bem do país – está mais do que claro que, como eles sempre fazem, essa é apenas mais uma manobra do governo lulopetista e de seus aliados do ‘sistema’ para criarem uma cortina de fumaça para desviar a atenção do povo e tentar esconder a realidade”, continua a nota.