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3 meses agoon
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A suspensão do pagamento antecipado de dividendos referente ao terceiro trimestre, que inicialmente estava prevista para 12 de setembro, não muda em nada o “guidance” do Banco do Brasil de distribuir ao acionista 30% de seus resultados em 2025.
Fato relevante divulgado ontem à noite pelo BB, depois do fechamento do mercado, comunica que o pagamento de dividendos referente ao terceiro trimestre vai ocorrer em uma única parcela, em 11 de dezembro. A justificativa é fazer a convergência para o “payout” de 30%, ou seja, a distribuição do lucro aos acionistas.
Fontes ouvidas pelo Valor explicaram que, no começo do ano, o Banco do Brasil realizou um pagamento mais alto de dividendos, de acordo com a sinalização de fazer uma distribuição entre 40% e 45% dos resultados.
Como o valor médio a ser pago no ano foi revisto para 30% dos resultados, a partir do terceiro trimestre o Banco do Brasil deverá dosar os dividendos para atingir esse percentual.
Alguns participantes do mercado estranharam o fato de que, na semana passada, o BB divulgou – junto com a revisão do “payout” – que “o cronograma de pagamento para o segundo semestre permanece inalterado”. Ontem, poucos dias depois, houve mudança no cronograma.
A explicação para o fato relevante de ontem é que 20 de agosto era a data crítica para o Banco do Brasil detalhar o montante a ser pago de dividendos, segundo o cronograma de divulgação das informações. A administração considerou que essa era a data adequada para informar a suspensão do pagamento dos dividendos.
O Valor apurou que não houve nenhum outro fato novo por trás da suspensão da antecipação de dividendos do Banco do Brasil e que o compromisso com o “payout” de 30% está mantido.
Em maio, o BB suspendeu as suas previsões para o pagamento de dividendos, depois de constatar que o aumento da taxa de inadimplência no crédito agro e em pequenas e médias empresas, além de novas regras para provisionamento de crédito implementadas pelo Banco Central, iriam afetar o seu resultado.
Na semana passada, o balanço do segundo trimestre registrou uma queda de quase 50% no lucro, comparado com o primeiro trimestre. O BB comunicou que, neste ano, deverá passar por um processo de ajuste, reforçando provisões, e anunciou uma redução de 40% na sua previsão de lucro, cujo ponto médio agora é de R$ 23 bilhões, além da revisão do “payout”.
O BB informou que precisa reduzir o pagamento de dividendos para incorporar uma parcela maior de seus resultados como capital próprio. Uma das medidas mais relevantes é o chamado capital principal, que as regulações prudenciais do Banco Central determinam que seja de, no mínimo, 9%, e o Banco do Brasil procura manter em 11%, para ter um colchão maior de segurança.