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     Declaração do presidente brasileiro ocorreu em ocasião da visita do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ao Brasil. Ele foi recebido pelo petista no Palácio da Alvorada, onde tiveram agenda de reuniões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (8) que os países do Brics — bloco formado por países do Sul Global — não aceitam “nenhuma reclamação” vinda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a cúpula.
“Não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do Brics. Não concordamos quando ontem presidente dos EUA insinuou que vai taxar os países Brics”, afirmou o presidente.
Neste fim de semana, países-membros e parceiros estavam reunidos na 17ª edição do encontro de líderes, no Rio de Janeiro.
Na ocasião em que Trump publicou uma mensagem em sua rede social ameançando taxar em 10% países que se alinhassem ao bloco.
A declaração de Lula ocorre em ocasião à visita do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ao Brasil. Após reunião bilateral com o premiê, Lula ponderou que os integrantes do Brics não concordam com a fala do presidente norte-americano (leia mais abaixo).
“Nós também queremos dizer ao mundo que nós somos países soberanos. Não aceitamos intromissão de quem quer que seja nas nossas decisões soberanas, do jeito que nós cuidados dos nosso povos. E nós defendemos o multilateralismo”, prosseguiu.
Lula já tinha criticado a fala de Trump nesta segunda (7), quando falou que o Brics “não nasceu para afrontar ninguém”. O presidente brasileiro também frisou que não é correto o que Trump fez.
Lula diz que não é ‘correto’ Trump ficar ‘ameaçando o mundo’ pela internet
Nesta manhã, Lula recebeu no Palácio da Alvorada, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Na chegada, Modi foi recepcionado com uma apresentação musical típica da Índia (veja vídeo na sequência).
Os líderes realizaram a reunião na residência oficial da Presidência, em Brasília, após participarem da cúpula do Brics no Rio de Janeiro. Brasil e Índia estão entre os fundadores do bloco que reúne países de economias emergentes.
Lula e premiê da Índia participam de apresentação de música indiana no Palácio da Alvorada
Em uma rede social, Lula publicou mensagem mencionando as afinidades entre os dois países.
“Brasil e Índia são nações irmãs, que possuem interesses comuns no desenvolvimento do Sul Global”, escreveu Lula, que também publico foto ao lado de Modi (veja abaixo um dos registros).
Lula recebe primeiro-ministro da Índia.
Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Atos entre os países
Ao fim do encontro, Lula e Modi devem fazer uma declaração à imprensa e assinar uma série de atos, entre os quais um sobre a parceria digital, com foco em infraestrutura pública digital, inteligência artificial, tecnologias emergentes e governança digital.
Segundo o Itamaraty, a pauta do encontro também incluiu a COP 30, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre clima, que será realizada em novembro em Belém, no Pará.
Lula busca apoio de outros líderes para que o encontro tenha resultados concretos nas políticas de combate às mudanças climáticas.
Lula e Narendra Modi durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro
Governo do Brasil
Relações diplomáticas
A visita de Modi ao Brasil marca os 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países e segue uma das linhas da política externa de Lula, que defende ampliar o comércio com a Ásia, em especial diante da guerra tarifária travada pelos Estados Unidos.
A reunião no Alvorada ocorre em meio a um novo capítulo na tensão com o presidente americano Donald Trump, que ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”.
Lula comentou a declaração em entrevista na segunda-feira (7). Para ele, trata-se de uma atitude equivocada, pois o presidente dos EUA não deve fazer ameaças a outros países pelas redes sociais. “Não queremos imperador”, disse Lula.