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Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
No último pregão de 2025, o mercado financeiro começa esta terça-feira (30) em ritmo mais lento, típico do fim de ano. Com liquidez reduzida, os investidores acompanham com atenção a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve e de indicadores do mercado de trabalho no Brasil.
Nesta segunda-feira , o dólar teve uma leve alta de 0,48%, cotado a R$ 5,5706, perto das mínimas de três meses e caminha para seu pior desempenho anual desde 2017, com queda de quase 10%.
A trajetória reflete apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve e preocupações com déficits fiscais e incertezas políticas nos EUA.
A ata da reunião de dezembro do Fed, que será divulgada hoje, pode reforçar expectativas de afrouxamento monetário. Por outro lado, a estabilização recente da moeda e o espaço limitado para novas reduções de juros indicam que o dólar deve oscilar próximo dos níveis atuais.
No cenário político e comercial, o mercado repercute o acordo entre EUA e Israel para produtos agrícolas e outros setores. Também chamam atenção as críticas do presidente Donald Trump ao chefe do Fed, Jerome Powell, que ele classificou como “extremamente incompetente”.
Já o Ibovespa recuou 0,25%, aos 160.490 pontos, em um dia de menor volume financeiro e poucas novidades no noticiário.
No Brasil, o principal destaque do dia é a divulgação do Caged de novembro, com expectativa de criação de cerca de 65 mil vagas e taxa de desemprego em 5,4%, reforçando a leitura de um mercado de trabalho ainda aquecido.
No campo fiscal, investidores seguem atentos após o governo central registrar déficit de R$ 20,2 bilhões em novembro, acima das expectativas, reforçando preocupações com a trajetória das contas públicas.
💲Dólar
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📈Ibovespa
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Bolsas globais
Fora do Brasil, os mercados de ações começam o dia em um cenário variado, com destaque para recordes em algumas praças e cautela em outras, tudo com volumes baixos por causa do fim do ano e muitos investidores já de férias.
Nos Estados Unidos, as bolsas operam perto da estabilidade, depois de duas sessões seguidas de queda em Wall Street. O movimento recente foi marcado por novas realizações no setor de tecnologia, que vinha acumulando fortes ganhos ao longo do ano.
Ações como Nvidia, Palantir, Oracle e Tesla recuaram, em meio a preocupações com um possível excesso de investimentos ligados à inteligência artificial. O setor de materiais também pesou sobre os índices, com a Newmont caindo 5,6% após uma forte correção nos preços do ouro e da prata.
Já as bolsas europeias operam perto de máximas históricas nesta terça-feira, em um pregão de baixa volatilidade e volume reduzido, típico do fim de ano. O principal índice da região segue em trajetória recorde e caminha para fechar 2025 com o melhor desempenho anual desde 2021.
O movimento é liderado pelo setor de mineração, que reage à recuperação dos metais preciosos após a volatilidade da véspera. Ações como Fresnillo sobem 3,5%, enquanto Anglo American, Antofagasta e Glencore também registram ganhos.
O desempenho reflete um ano positivo para os mercados europeus, apoiado por juros mais baixos, sinalizações de estímulo fiscal e maior diversificação dos investimentos globais.
Na Ásia, as bolsas já encerraram o pregão desta terça-feira com desempenho misto.
Na China continental, o mercado interrompeu uma sequência de nove dias de alta. O índice Shanghai Composite fechou praticamente estável, aos 3.965 pontos, após investidores realizarem lucros depois da melhor performance em mais de um ano. Mesmo com a pausa, o índice acumula valorização superior a 18% em 2025 e caminha para o melhor resultado anual desde 2019.
O índice CSI300, que reúne as principais ações chinesas, subiu 0,3%, após oscilar entre ganhos e perdas ao longo do dia. O desempenho positivo veio principalmente de setores ligados à tecnologia e à defesa. As ações de inteligência artificial avançaram 1,3%, enquanto o setor de semicondutores subiu 0,9%.
O setor de defesa chegou a subir até 1,4% e atingiu a máxima em quase três anos, após a China realizar um exercício militar com tiros reais ao redor de Taiwan, simulando um bloqueio. Já o setor ligado ao ouro fechou praticamente estável, acompanhando a recuperação dos metais preciosos depois de uma forte queda na sessão anterior.
Em contrapartida, alguns segmentos pressionaram o mercado. As ações do setor imobiliário caíram 2,3%, enquanto saúde e seguros também registraram perdas, refletindo uma rotação entre setores após o rali recente.
Em Hong Kong, o mercado teve desempenho mais positivo. O índice Hang Seng subiu 0,9%, enquanto o índice de tecnologia avançou 1,7%, atingindo a máxima em mais de duas semanas. O índice de empresas chinesas listadas na cidade também teve alta de 1%. O dia foi marcado ainda pela estreia de seis empresas chinesas na bolsa local, com a maioria negociando acima do preço dos IPOs, reforçando o ressurgimento do mercado de capitais em Hong Kong ao longo do ano.
No Japão, o mercado fechou em queda, pressionado por perdas em empresas ligadas a tecnologia e data centers. A SoftBank recuou quase 2% após anunciar a aquisição da DigitalBridge por US$ 4 bilhões, movimento que pesou sobre o sentimento dos investidores no pregão.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters