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Uma taxa de saída para britânicos ricos que deixam o país e aumentos de impostos sobre imóveis caros estão em uma lista longa de possíveis elevações de tributos que estão sendo consideradas pela secretária do Tesouro, Rachel Reeves, antes do orçamento.
Funcionários do Tesouro elaboraram opções para possíveis aumentos para ajudar Reeves a preencher um déficit fiscal de até £35 bilhões (46 bilhões de dólares) em 26 de novembro, mas apenas alguns desses aumentos devem ser efetivamente implementados, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Eles alertaram que a secretária ainda não decidiu quais aumentos tributários escolherá. Ela só o fará após receber a previsão fiscal final de seu órgão de controle orçamentário e ter uma imagem clara de quanto precisa arrecadar, disseram.
De acordo com a Bloomberg, Reeves está considerando mudanças fiscais mais ousadas e progressivas do que alguns investidores e parlamentares trabalhistas esperavam. Ela quer aproveitar uma revisão para baixo da produtividade pelo Office for Budget Responsibility, que deve gerar um novo impacto de £20 bilhões nas finanças públicas, para simplificar o sistema tributário e torná-lo mais justo, disseram fontes. Isso significa que muitos dos aumentos de impostos potenciais estão focados nos mais ricos.
O jornal The Times informou neste fim de semana que Reeves tem interesse em introduzir uma “taxa de ajuste” para britânicos ricos que emigram para paraísos fiscais. Atualmente, quem sai do país pode vender ativos do Reino Unido sem pagar imposto sobre ganhos de capital, mas a secretária está considerando cobrar uma taxa de 20% no momento da saída, segundo o jornal, o que poderia gerar cerca de £2 bilhões para o Tesouro.
Outras grandes economias já possuem políticas semelhantes, embora alguns especialistas em tributação duvidem que Reeves vá realmente implementar a taxa de saída. Dan Neidle, da Tax Policy Associates, comentou no X que o governo corre o risco de que pessoas antecipem a medida e saiam do país antes de sua implementação.
Reeves também enfrentou críticas por presidir um “êxodo de riqueza”. Vários investidores e empreendedores de destaque deixaram o Reino Unido após o Partido Trabalhista abolir o status de não domiciliados em seu primeiro orçamento após vencer a eleição geral do ano passado.
Vários jornais relataram que Reeves está considerando reformas no imposto municipal (council tax) para arrecadar mais de propriedades mais caras, o que gerou sugestões de que isso equivaleria a um imposto sobre mansões, política que já foi popular entre parlamentares trabalhistas.
Uma pesquisa de opinião realizada na semana passada mostrou que a maioria dos britânicos apoiaria um imposto sobre riqueza, embora Reeves tenha descartado repetidamente a criação de um tributo isolado.
Separadamente, o líder do Reform UK, Nigel Farage, que lidera as pesquisas, fará um discurso na segunda-feira, no qual se espera que ele amenize as expectativas de seus apoiadores sobre cortes rápidos de impostos caso vença a próxima eleição, prevista para 2029.
Farage dizerá que está colocando uma linha sob o manifesto de 2024 do partido, que prometia dezenas de bilhões de libras em cortes de impostos, enfatizando que só será possível reduzir tributos quando as finanças públicas estiverem sob controle, disse um porta-voz do partido.
Em entrevista ao programa The Mishal Husain Show, da Bloomberg, no mês passado, Farage renegou o programa de políticas de seu partido:
“Eu não escrevi isso. Eu o herdei, para ser justo,” disse ele sobre o documento no qual o Reform se baseou em julho de 2024. “Estamos reavaliando tudo completamente.”
Os Conservadores da oposição, que buscam preservar o status de seu partido como referência da direita britânica, acusaram o Reform de promover políticas de esquerda e ‘economia fantasiosa’.