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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que recebeu ameaças no celular que teriam partido de agentes ligados à geração distribuída, especialmente do setor solar.
Segundo ele, essas ameaças ocorreram há cerca de um ano e vieram de uma “entidade” que representa empresas ligadas à geração solar distribuída, modalidade que concentra painéis solares instalados nos telhados e pequenas usinas, que estaria contrariada com propostas de redução de subsídios à nas contas de luz.
Silveira comentou sobre as ameaças durante o evento “Perspectivas para o Setor de Energia”, realizado pela FGV nesta sexta-feira (31). Questionado por jornalistas, Silveira minimizou o incidente.
“Eu achei que era irrelevante, não tornei público. [As ameaças têm a ver com o fato] De a gente enfrentar esses interesses que nós enfrentamos”, disse o ministro.
Os jornalistas insistiram em saber se as ameaças eram contra a vida dele e Silveira respondeu: “Ameaça eleitoral.”
Um dos temas mais polêmicos no setor elétrico, a concessão de subsídios à geração distribuída vem sendo fortemente questionada por diversos agentes do setor. Projetos solares são a grande maioria.
Os subsídios consistem na concessão de descontos nas contas de luz para os consumidores que instalarem painéis solares nos telhados ou contratarem geração remota, desde que usina e imóvel estejam localizados na mesma área de concessão.
Os custos de uso das redes de transmissão não pagos pelos usuários de geração distribuída são repassados para os demais consumidores nas contas de luz, por meio de um encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O entendimento inicial era que o país precisava incentivar projetos renováveis que custavam muito caro na década de 2010. Com grande adesão, os preços caíram e o prazo de investimentos em usinas solares e painéis de telhado caíram expressivamente nos últimos anos.
Hoje, com custos mais caros, diversos especialistas têm afirmado que não há mais necessidade de subsídios.
Nesta sexta-feira (31), por exemplo, o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Mauricio Tolmasquim disse que atualmente o país possui cerca de 3,5 milhões de sistemas de geração distribuída instalados, o que corresponde a mais de 40 gigawatts (GW) de capacidade. O montante é equivalente a quase três vezes a potência da hidrelétrica de Itaipu, que possui 14 GW.
Para Tolmasquim, embora a geração distribuída signifique democratização e descentralização da energia e criação de empregos, a modalidade criou distorções e transferiu custos para quem não pode instalar painéis solares nos próprios telhados.
Logo, avalia, quem pode pagar por uma central solar, consegue reduzir consumo e economizar, ao passo que quem não pode, acaba por pagar tarifas mais caras.
“A geração distribuída é competitiva por méritos próprios”, afirmou Tolmasquim.
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